Archive for julho 2013
Buracos Negros de Matéria Escura são Portais de Viagem no Tempo Para outros Universos
Olá, com certeza você
clicou no link para ver esse texto porque você se interessa por um
dos (ou todos) temas do Título. Mas me diga, qual é o nível de
relevância dessa informação para você? Você de fato conhece
todas as leis da física envolvidas? Sabe sobre todas as teorias que
possibilitaram essa descoberta? Sabe ao menos uma delas? Saberia
dizer se o texto é um amontoado de bobagens ou se está correto?
Você confiaria nas informações que “alguém” posta nesse blog?
Esse texto não será
sobre o que você está esperando que seja, mas sim reflexão da
forma que você busca por ciência. Então desde já adianto que o
que eu escrevo a baixo não serve para todos, não tem nomes escritos
aqui, então você veste a carapuça se quiser. Também a crítica
não é para quem se interessa por esse tipo de informação, mas sim
para aqueles que somente buscam sensacionalismo sem qualidade e se
consideram admiradores da ciência.
Nós que trabalhamos
formalmente ou informalmente com divulgação científica na internet
há tempos, temos notado que a maior parte dos nossos leitores não
querem de fato ler sobre ciência, mas querem ler sensacionalismos
sem o mínimo de reflexão. Então eu pergunto; Se o conteúdo desse
texto fosse de fato o que o título diz, qual seria a relevância do
assunto? O que realmente você entenderia dele? Ele violaria algum
princípio físico? Ele agregaria algo ao seu conhecimento que você carregaria de forma sólida por sua vida ou seria uma simples
masturbação da sua curiosidade?
O que é essa imagem? Já ouviu falar sobre Raio de Schwarzschild? |
Cruzando e Analisando
Informações:
Quando você pega para
ler um texto sobre ciência, qual a segunda coisa que você repara
após o título?
Se você respondeu “as
imagens”, você já começou colocando o pé no lugar errado. A
primeira coisa a se reparar, após o título, na hora de ler um texto
é no site/blog que ele está postado. Se for no Tecmundo, esqueça...
até hoje tenho dor no rim de lembrar deles chamando o Big Bang de
“explosão galáctica”. A segunda coisa a se reparar é a fonte
utilizada para escrever o texto, leia ela também, pois muitos blogs
citam fontes que nem sequer usam. Mas o meu ponto aqui não é
exatamente onde você busca informação, mas sim como você absorve
ela. Então vamos a um exercício:
Agora vou passar dois
textos para vocês sobre o mesmo assunto e por favor leiam
eles antes de continuar esse texto:
Supondo
que você não foi preguiçoso e leu os dois textos acima, saberia me
dizer qual está correto e qual está errado? Não analise pelo nome
do site, nem pelas fontes, nem pela forma que a pessoa escreve e nem
pelas imagens utilizadas, mas somente pelo conteúdo. Pegue o texto
que você acredita estar errado e diga a você mesmo o porquê de
aquele texto estar errado, os seus conhecimentos de física são o
suficiente para isso? Pelo que você sabe é a entropia o fator chave
desse assunto? O que é entropia e qual sua relação com a
temperatura?
Se o seu conhecimento
não falhou nesse momento, parabéns! Mas se falhou está na hora de
você rever seriamente como você tem assimilado as informações
sobre ciência que você recebe. Ler é diferente de se informar com
qualidade, então atente para isso.
Que coisa é essa? |
Se compraria, você
sabe me dizer se de fato o que é afirmado nesse livro é
conhecimento científico?
Se não compraria,
saberia me dizer por qual motivo ele é (e se é) uma grande
besteira?
Você saberia refletir
sobre o conteúdo desse livro de um ponto de vista científico? É possível a ciência provar esse tipo de coisa?
Saber um pouco de
ciência antes de se deparar com conteúdos mais avançados não é
somente uma forma de absorver e julgar melhor o conteúdo que você
busca, mas é também uma forma de não se deixar enganar por
qualquer coisa que tenha “cientificamente provado” no título, é
não se fazer e não deixar que te façam de bobo. E tome cuidado,
tem muito picareta tentando ganhar dinheiro em cima do que você se
interessa, mas não entende bem.
Mas e se eu não
quiser?
Nesse caso não posso
fazer nada a não ser lamentar e pedir que você reflita sobre isso, pois
toda vez que você lê um artigo errado ou pseudocientífico e
divulga isso em seu facebook, twitter, blog, etc, você está, na
verdade, contribuindo para a desinformação científica e também
para o analfabetismo científico, agindo assim contra os esforços de
milhões de cientistas que tentam levar a ciência a população de
forma concisa e correta.
Tá, mas e aí?
O que eu quero dizer
com essas questões é simples; Utilize sua curiosidade sobre ciência
para construir um conhecimento que te agregue algo, que seja sólido.
Estude ciência, não precisa ser de forma acadêmica, mas você precisa saber o mínimo de física antes de ler um texto mais complexo. Sem esse mínimo de conhecimento você não consegue julgar a qualidade da
informação que recebe e acaba virando uma lata de lixo de
“informações” sem sentido. Então pare de preguiça e vá
estudar, para entender o básico você não irá precisar de muito
mais do que você já viu no Ensino Médio. Pesquise bem antes de
“acreditar” em algo, leia em várias fontes, se questione sobre
aquilo em relação aos seus conhecimentos básicos e pergunte para
alguém que entenda mais de ciência que você sobre o assunto. Dessa
forma você consegue se informar com qualidade, consegue refletir
sobre o assunto, interagir com o tema, ao invés de receber qualquer
tipo de bullshit passivamente.
Então,
antes de querer entender relatividade, aprenda cinemática, leis de
Newton, transformações de Galileu. Antes de querer entender buracos
negros aprenda sobre gravitação, termodinâmica. Antes de querer
entender viagens no tempo, estude uma introdução a relatividade, a
história dela. Sem um prévio estudo da física você conseguirá
apenas um amontoado de informações desconexas te impossibilitando
de construir um conhecimento sólido e verdadeiramente útil para
você!
Há, ia me esquecendo. O motivo pelo qual fiz esse texto é que sempre vejo reclamações (inclusive eu mesmo reclamo) que textos e posts sobre ciência NUNCA dão muitos acessos e compartilhamentos. A única coisa que chama a atenção dos leitores são sensacionalismos e fotos bonitas, aí resolvi fazer esse texto armadilha.
Há, ia me esquecendo. O motivo pelo qual fiz esse texto é que sempre vejo reclamações (inclusive eu mesmo reclamo) que textos e posts sobre ciência NUNCA dão muitos acessos e compartilhamentos. A única coisa que chama a atenção dos leitores são sensacionalismos e fotos bonitas, aí resolvi fazer esse texto armadilha.
Obs.:
1 - Se você compartilhar esse texto sem ler, você é um verdadeiro babaca (sim, é tipo um xingamento pelas costas)
1 - Se você compartilhar esse texto sem ler, você é um verdadeiro babaca (sim, é tipo um xingamento pelas costas)
2 - Não precisa postar comentário dizendo que você é diferente, que você não faz isso, pois se fato você não é assim o texto não foi escrito para você!
Matéria e Energia - Partículas e Campos (Pt 2)
Aqui está nosso segundo texto da série Matéria e Energia. Como eu sou péssimo com planejamentos, esse texto será sobre campos e partículas que corresponde aos tópicos 3 e 6 do combinado e no próximo abordarei os tópicos 4 e 5.
Como
vimos anteriormente, não é uma tarefa fácil definir em palavras o
que é energia, já a definição de matéria se mostra ainda mais
difícil. E nessa nossa tentativa de definir coisas bem difíceis
daremos mais um passo.
Nossa
concepção atual do mundo físico é formada por uma grande
variedade de experimentos e descobertas que ocorreram entre os anos
1900 e 1970. Esse conhecimento não é nada de sobrenatural,
mas leva um certo tempo para as pessoas que cresceram com uma visão
arcaica virem a realidade por um novo ponto de vista, e alguns de fato nunca
irão ver. Também leva um tempo para uma versão mais recente de uma
visão de mundo a entrar em foco nítido para a própria ciência.
Hoje,
se alguém quiser falar sobre o mundo no contexto do nosso ponto de
vista moderno, pode-se falar em primeiro lugar dos "campos e as
suas partículas”. Os campos são os ingredientes básicos do
universo¹, hoje em dia esse é o nosso paradigma dominante. Vemos os
campos como mais fundamental do que as partículas, porque você não
pode ter uma partícula elementar sem um campo, mas você pode ter um
campo sem quaisquer partículas. No entanto, acontece que todos os
campos conhecidos têm uma partícula conhecida², por exemplo, o campo
eletromagnético tem o fóton, o campo de Higgs tem o bóson de
Higgs. De forma geral, cada campo fermiônico tem seu férmion
relacionado assim como cada campo bosônico tem seu bóson.
O que
"campos e partículas" têm a ver com a "matéria e
energia"?
Campos
não são matéria propriamente dita e partículas, como definimos
antes, podem ser ou não matéria, vai depender se elas são
partículas de matéria ou de força. Para te lembrar, definimos
partículas de matéria, os elétrons, neutrinos,
quarks,etc e partículas de força, os fótons, bósons W's, bósons Z's, etc.
Então
as primeiras conexões que temos são:
Campos → Não são matéria propriamente dita.
Partículas → Podem ser ou não matéria, vai depender de suas características.
Agora
vamos para a relação entre campos e partículas com a energia.
Mesmo
que você saiba pouco sobre a área de partículas e campos, é um
tanto intuitivo pensar que todos os campos e partículas podem ter energia. Mas
eles são energia?
A
resposta é não! Como definimos anteriormente a partícula pode ter
energia, mas ela não é energia, da mesma forma que minha casa é da
cor branca, mas ela não é a cor branca. O mesmo vale para o campo,
ele pode possuir energia, mas ele não é energia, a energia é uma propriedade sua. Posso, quem sabe em um texto mais técnico no
Relative Thinking, mostrar como descobrimos a energia de um campo,
mas isso é assunto para outra hora.
É bem
complicado falar sobre campos e sua relação com partículas, quebra
de simetria, etc. Então peço que no momento se contentem com o esse link aqui, mas em um futuro próximo prometo fazer um
texto sobre o assunto (me cobrem se eu esquecer).
Resumindo
essa relação entre campos e partículas com energia:
Campos e Partículas → Não são energia, energia é uma propriedade deles.
Dessa
forma vemos que os ingredientes mais básicos do no universo, os
campos, não são energia e não são necessariamente matéria. Sim, é
algo bem abstrato.
Para encerrar a segunda parte quero tentar desfazer um problema que pode ter ocorrido durante esse texto. Que é a relação “Partícula de Matéria” e “Partícula de Força”.
Dividir partículas nas duas classes “Partícula de Matéria” e “Partícula de Força” é um pouco arbitrária. Para nosso texto ela funciona bem, pois falamos que as partículas de força e suas antipartículas estão associadas com as quatro forças da natureza que conhecemos, enquanto as partículas de matéria e suas antipartículas são todas as outras partículas. E há muitas situações em que essa divisão é conveniente. Mas nós poderemos facilmente descobrir partículas que não se enquadram nesta classificação, um exemplo é o bóson de Higgs, pois ele não está relacionado a uma força, mas também não está na categoria de “matéria”.
No
decorrer do texto, eu fui tentando utilizar uma divisão alternativa
(mas muito diferente) e que faz mais sentido: ora eu chamava de
partículas de matéria outra eu chamava de férmions, e ora eu
chamava de “partícula mediadora de força” outra de bósons.
Essa definição é mais abrangente e mais correta, pois abarca mais
partículas, inclusive o Higgs que não faz mediação de força, mas
sim de massa³.
Assim
é mais conveniente dividir em:
Bósons:
São partículas que não podem ser consideradas matéria
propriamente dita, e existe também uma lista delas aqui (sem o Higgs).
Essas partículas e as interações que ela mediam são organizadas e estudadas em uma teoria que chamamos de modelo padrão.
Apesar
da nossa definição arbitrária do primeiro texto, o que de fato
temos é que todas as partículas da natureza são simplesmente
partículas, algumas das quais são antipartículas de outras, e não
há apenas uma única maneira de dividi-las em classes. A razão pela
qual eu usei "matéria" e "força" é que isto é
um pouco menos abstrato do que "férmions" e "bósons".
A
diferença real entre bóson e férmions é um tanto complexa de se
explicar do ponto de vista da física, pois utilizamos conceitos um
tanto complexos, mas como disse, eu tentarei (assim que surgir tempo)
escrever um texto abordando o assunto.
Por hoje é só pessoal. Lembrando que esses textos são nada mais que um incentivo à vocês a buscarem mais informações e também para abrir margem para novos textos dessa área.
1 - Para alguns físicos, o mais fundamental do universo são os espinores, mas isso não desvalida em ponto algum o que falamos acima, além de ser um assunto que não cabe aqui.
2 - O campo gravitacional teria como partícula o Gráviton, porém ele é uma partícula problemática que está um pouco longe de uma confirmação experimental.
3 - Caso queira entender melhor sobre isso, leia esse texto (mas leia logo que esse blog será apagado!): E o bóson de Higgs, a quantas anda?
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Posted by
Thiago V. M. Guimarães
Notas nas graduações científicas
Os
últimos textos postados abordaram
situações que fazem parte do nosso cotidiano. E então,
aproveitando essa linha, e como sinto falta de um texto a respeito
desse assunto, resolvi escrever para mostrar um pouco da realidade
dos graduandos, para quem pretende entrar na universidade e também
para levantar questões que acredito pertinentes.
Claro
que não conseguirei escrever a respeito de todos os problemas que
enfrentamos, mas futuramente posso tentar escrever mais acerca de
como é estar na graduação, como está o preparo de quem entra na
graduação e como os formandos, em média, saem da graduação. Acho
que esses pontos são muito importantes, pois esses graduandos e
recém formados poderão ser nossos pesquisadores e professores.
Então,
vamos ao que interessa.
Algo
que percebi desde que entrei na graduação é que apesar dos
professores afirmarem que nota não é importante, no fundo isso é
cobrado de nós todos os dias, tanto pela postura de muitos
professores quanto do que é avaliado para conseguirmos um orientador
e uma bolsa de iniciação científica.
Mas
a pergunta que fica é: qual o problema de nos focarmos nas notas?
Bem,
eu vejo de uma maneira simples. Em grande parte das vezes a nota não
avalia corretamente um aluno, mas o problema vai além. Quando o
aluno foca em tirar notas e não em aprender, temos um problema
grave. Porque assim o aluno está se preparando para responder o que
o professor quer ler (ou ouvir em alguns casos), ao invés de estar
refletindo e construindo seu conhecimento de forma significativa , ou
seja, o aluno se tornou uma maquininha de resolver "problemas"
padrões e não alguém que um dia poderá ser um pesquisador ou
professor que se deparará com diversos problemas diferentes não
vistos em sua graduação e será capaz de trata-los de forma
crítica.
Então
é possível perceber que não se está oferecendo a esses alunos a
oportunidade da reflexão e da crítica, mas sim uma receita de bolo
ensinada pelos livros e professores,o que pode acarretar que diversas
pessoas não desenvolvem
criatividade e reflexões críticas, fazendo com que o processo de
formação de pesquisadores se torne muito mais longo. Além de esses
alunos poderem não ter aprendido significativamente o conteúdo, de
forma que o mesmo poderá ser esquecido no futuro.
A
iniciação científica foi uma forma para tentar reduzir esse
problema, visando ensinar ao aluno que o processo de aprender, apesar
de desenvolvido coletivamente, é individual, e deve ser buscado por
conta própria. Mas mesmo assim o aluno se forma mal preparado e não
desenvolve uma mentalidade de pesquisador, pois se acostumou com um
método tradicional e individualista. A bem da verdade, muitos
graduandos (principalmente bacharéis) saem sem saber o básico a
respeito de métodos científicos e sua validade, da diferenciação
de fontes confiáveis e inseguras, da compreensão e importância de
debates acerca do que é ciência e qual seu impacto social,
político, cultural, entre outros.
Mas
alguém pode perguntar, ao estudar para uma prova você já não
estaria aprendendo? Essa é uma questão relativa. No curso de
Física, apesar de termos poucos assuntos durante um semestre, esses
assuntos são mais aprofundados, o que faz que tenhamos muitas provas
e assim menos tempo para nos dedicarmos para aprender, e a forma como
são abordados faz com que seja mais fácil e vantajoso estudar para
uma prova pelas listas que os professores fornecem e anotações das
aulas do que tentar aprender e demonstrar como surgiram aqueles
conceitos físicos e matemáticos.
Isso
que nem estou levando em conta que deveríamos também compreender
relações histórica e filosófica por trás daqueles conceitos,
porque além delas nos ajudarem a fixar e entender melhor como e por
quem a ciência é construída, nós iremos dar aulas. Ou você achou
que mesmo sendo bacharel não ia ter que dar aulas? Aqui no Brasil
existem poucas áreas na ciência que você não terá que ir para a
área acadêmica, ou seja, você cursou bacharel, não foi preparado
para ensinar, não foi preparado para pensar sozinho para resolver
problemas mais complexos, não conhece as discussões que rodeiam a
ciência e vai se tornar um professor.
Esse
é um dos motivos de por que na graduação termos muitos professores
que não fazem ideia de como ensinar e nem do que estão fazendo em
sala de aula. Sendo que esses professores só conhecem, ou acreditam
no método tradicional de ensino, e estão acostumados com provas que
não são reflexivas e não tentam investigar se a aprendizagem de um
aluno foi significativa. Sendo assim, o professor não faz uso de um
instrumento real para saber se seus alunos estão aprendendo, apenas
aquele único instrumento que é a prova.
Mas
os problemas não param por aí, as provas não avaliam corretamente
os alunos que tem déficit de atenção, hiperatividade e outras
síndromes que prejudicam a desenvoltura dos alunos em provas. Sem
dizer que mesmo os alunos que não possuem nenhuma síndrome também
estão sujeitos a não estarem em perfeito estado de concentração
para a prova. Alguns professores podem dizer que isso faz parte, mas
me desculpe professor, não faz parte não. Um aluno não deve ser
avaliado pela sua concentração em dias específicos do semestre.
Não é assim que iremos pesquisar no futuro e muito menos vocês
professores dão aula sem nenhuma anotação (apenas raríssimos
professores dão aula de cabeça sem consultar nada).
Ou
seja, um professor quer avaliar e descontar por sua falta de atenção,
por você ter respondido como ele queria a resposta e não como você
compreendeu de fato, por você conseguir ter se tornado uma máquina
de resolver problemas. Bom e agora, isso tem solução? Essa solução
é viável?
Como
esse problema é muito complexo e não depende apenas dos
professores, mas também de toda nossa estrutura educacional que
sufoca a criatividade dos alunos, essas mudanças serão muito
lentas. Algo que deveria ser revisto, é a forma que as provas são
estruturadas, e não ser somente elas que constituam com maior peso a
avaliação dos professores sobre os alunos. As avaliações deveriam
ser feitas de uma forma a instigar o aluno a refletir sobre aquele
problema, assim como isso deveria acontecer nas aulas. Não deveriam
avaliar se um aluno sabe fazer 10, 25, 50, 100 ou 1.000 exercícios,
mas se ele conseguiu entender o mecanismo por trás desses problemas.
Também acho que tanto os alunos como os professores deveriam se
envolver mais com a história e os debates que ocorreram por trás
daquele conteúdo.
O
professor também não deveria avaliar se o aluno sabe ser um bom
piloto de avião que sabe lidar com uma grande pressão em pouco
tempo, como é uma prova. Porque no futuro aquele aluno que se
tornará um professor/pesquisador não lidará com situações como
essas, na verdade ele terá certo tempo para conseguir pesquisar e
montar suas aulas. Além de ter todo o apoio de um material
disponível para tirar suas dúvidas.
Então,
realmente professores o que vocês tentam avaliar nos alunos de
graduação com provas que não estimulam o aluno a pensar, com uma
situação que ele não passará na sua vida de pesquisador?
Deixo
como indicação alguns textos de tratam muito melhor que eu desse
assunto e dão métodos alternativos, até mesmo já testados aqui no
Brasil e que tem uma excelente eficácia para desenvolver o
pensamento crítico e a compreensão conceitual dos alunos:
- Entrevista com Eric Mazur
- A Aplicação de uma Nova Metodologia de Ensino de Física: O Aprendizado Colaborativo
- A Aplicação de uma Nova Metodologia de Ensino de Física: O Aprendizado Colaborativo
Gostaria de agradecer ao Adriano Ortiz que me deu grande apoio para escrever esse texto, sendo o co-autor desse texto.
domingo, 28 de julho de 2013
Posted by
Rubia Guimarães
NÃO É "Só" Uma Teoria!
Sempre vejo em comentários no facebook uma coisa que me irrita
um pouco, o famoso “é só uma teoria”. O assunto é de fato de uma complexidade
extrema, pois aqui não existem precisões de definições e escrever um texto sem
abordar diretamente aspectos históricos e epistemológicos de grande profundidade,
se torna um desafio impar. Vamos tentar, mas antes me deixe tentar te situar um
pouco.
O que me aflige é que em textos, comentários de facebook,
blogs, vlogs e na TV, é corriqueiro encontrar alguém que diga “é apenas uma
teoria” se referindo à Teoria da Relatividade, à Mecânica Quântica, à Teoria da
Evolução, à Teoria de Big Bang entre muitas outras. Para alguém envolvido de
certa forma com a ciência isso é quase um soco no estomago, mas para o resto da
sociedade é difícil de fato distinguir uma “teoria científica” e de uma “idéia pessoal”,
pois essa visão de “teoria” ser uma idéia sem muito fundamento, baseado no que
uma pessoa acha, é a forma mais usada para a palavra.
Mas afinal essas teorias são “apenas teorias”? O que de fato
é uma “teoria”? O lado pessoal tem muita ou pouca influência nessas teorias?
Vamos começar esse texto tratando de alguns aspectos sobre o que é “ciência”
e como ela é feita (você já se perguntou sobre isso?), mas isso é algo complexo
que me renderia não um texto, mas sim livros e mais livros. Por esse motivo vou
dar uma definição funcional e concisa (um pouco cartesiana), mas deixarei no final
do texto links para livros que vocês deveriam ler para de fato entender o
assunto – Não se limite a esse pequeno texto!
Para nosso propósito, compreendemos Ciência como uma ferramenta a qual agregamos conhecimento sobre a sociedade, seres vivos, átomos, planetas e tudo mais que está contido no universo a nossa volta. A partir do conhecimento científico podemos explicar desde fenômenos corriqueiros como a chuva, eventos cosmológicos como buracos negros ou microscópios como elétrons saltando de suas órbitas. Podemos também entender nossa sociedade, como ela funciona, se relaciona, se desenvolve. Descrever o desenvolvimento da vida, a interação entre os seres vivos, a evolução e muito mais.
De forma geral, a construção desse conhecimento segue regras comuns, as quais constituem o método científico¹.
Para uma informação ser aceita pela ciência, ela deve passar pelos seguintes
processos:
Primeiro se observa o fenômeno em
questão que se quer estudar, a observação pode ser direta ou não. Na observação
podemos utilizar microscópios, telescópios, olho nu e etc. Após isto,
formulamos uma pergunta sobre o que observamos para poder estreitar nosso foco
da investigação e especificar o problema.
Então damos mais um passo, que é a formulação de uma hipótese, ou seja, propor uma explicação lógica em forma de hipótese que descreva o fenômeno observado e preveja novos fenômenos.
Depois, realizamos experiências
controladas para testar nossa hipótese e então recolhemos e analisamos os
dados, se eles condizem com o esperado temos a comprovação da nossa hipótese,
caso contrário, temos que reformulá-la. Porém, ainda não podemos dizer que isso
é ciência, ainda nos falta dois aspectos importantíssimos e que jamais podemos
deixar de lado, são eles: a causalidade e a falseabilidade.
Apesar dos nomes um tanto
complexos elas são relativamente simples de se compreender, a primeira nos diz
a relação entre causa e efeito², ou seja, como um fenômeno primário acarretaria
um fenômeno secundário. A segunda nos diz algo interessantíssimo: toda hipótese
precisa ser testada, garantindo a sua verificação como verdadeira ou falsa,
podendo assim ser contestada.
Com isso tudo temos uma teoria recém nascida que irá acumular, ao longo do tempo, evidências diretas e indiretas que consolidam. Mas mesmo depois desse longo caminho ainda não temos uma verdade absoluta e nem nunca teremos, o que teremos é apenas uma modelo que descreve aproximadamente bem o observado, tal modelo pode no futuro ser substituído por um modelo melhor que abranja mais fenômenos e os explique com maior precisão.
Com isso tudo temos uma teoria recém nascida que irá acumular, ao longo do tempo, evidências diretas e indiretas que consolidam. Mas mesmo depois desse longo caminho ainda não temos uma verdade absoluta e nem nunca teremos, o que teremos é apenas uma modelo que descreve aproximadamente bem o observado, tal modelo pode no futuro ser substituído por um modelo melhor que abranja mais fenômenos e os explique com maior precisão.
Resumindo, para termos uma teoria científica precisamos ter um modelo consistente com a realidade, que explique fenômenos observados, que preveja corretamente outros fenômenos, que tenha provas diretas e indiretas, que possa ser verificado por qualquer cientista.
Na visão leiga, uma “teoria” é
nada mais do que uma dedução, nem sempre lógica, a partir de fatos observados. Agora compare as duas, a “teoria”
na visão de um leigo e a “teoria” na visão da ciência. Qual delas é de fato
mais sólida? Uma “teoria científica” é apenas uma “teoria”?
Outras Teorias e Alguns Problemas
Acima eu fui um tanto cartesiano
(detesto usar esse termo, pois é um dos xingamentos pseudointelectuais da moda universitária
tupiniquim, principalmente em cursos como psicologia… hahahaa) e por esse
motivo aqui vou tentar tratar de uma forma um pouco diferente.
Primeiramente, nem toda teoria
científica vem daquela forma. Por exemplo, eu trabalho com Teoria Quântica de
Campos (TQC), ela nasceu basicamente da união de duas teorias altamente consolidadas,
a Mecânica Quântica e a Teoria da Relatividade Restrita. Partindo de elementos provenientes dessas duas teorias, estrutura-se novos modelos científicos, que nos levam a criação de uma nova teoria, mais abrangente que funciona como um Framework de teorias, é basicamente uma grande
teoria em que outras teorias são criadas. Como filhos da TQC, temos a Eletrodinâmica
Quântica, que é uma das teorias mais precisas e sólidas que temos hoje, e a
Teoria de Cordas que está em fase de comprovação.
Se a Teoria de Cordas ainda não foi comprovada, porque ela recebe o nome de teoria? Por um motivo simples, ela tem seu berço bem consolidado, é um produto de uma grande “teoria” e por isso ela acaba herdando o título. Mas existem outras teorias que saem desse berço esplendido que não são boas, ou foram descartadas por não condizerem com a realidade. Então existe uma plasticidade da palavra “teoria”. Mas o que tem que se ter em mente é que uma “teoria científica” tem uma base sólida e não é uma idéia maluca inconsistente, feita por um velho descabelado e solitário em uma sala empoeirada.
Mas dando um pouco de advogado do
diabo; essas nossas teorias consolidadas são infalíveis e imutáveis?
Nossas teorias são os melhores
modelos que temos até o momento para descrever fenômenos da natureza, algumas
teorias são ótimas, outras nem tanto. Por esse motivo nossas teorias vão sempre
falhar em alguns momentos e é a partir dessas falhas que ela evolui. Sem esses erros/falhas
a ciência seria um conhecimento estático e sem graça.
Você que é uma pessoa esperta vai
dizer: se é assim tão simples, por que não vemos teorias evoluindo com tanta
facilidade ou mesmo sendo abandonadas?
Essa pergunta toca no cerne da
teoria científica, em uma coisa que chamamos de Paradigma. O paradigma é como a
viga mestra da teoria. Quando encontramos observações e dados experimentais que
não condizem com nossas teorias, a primeira coisa que fazemos não é abandonar a
nossa teoria, mas sim criar forma de a teoria se encaixar naqueles
dados/observação, é como se fizéssemos um remendo na teoria e botássemos ela de
volta na estrada. Com o tempo vamos percebendo se o nosso remendo foi uma
melhoria ou se foi uma tentativa inútil de melhorar uma teoria que não condiz
muito com a realidade. Quando a teoria é ruim, com o tempo surgem tantos
remendos (explicações adhocs) que a teoria rui e temos que formular uma nova,
a esse ponto damos o nome de “quebra de paradigma”, ou seja, nossa teoria que
servia de sustentáculo para o nosso conhecimento naquela área ruiu e temos que
formular uma nova. É mais ou menos assim que a ciência normal funciona.
Resumindo: Nossas teorias
têm bases sólidas, entretanto, a ciência é fruto do conhecimento humano, e como
tal, não apresenta verdades absolutas, dogmas (caso contrário, deixa de ser
ciência), de forma que evolui. Logo, esse conhecimento é de extrema importância
e nos permite aprofundar constantemente nossa interpretação da realidade.
Vou parar por aqui, pois acho que
com essa introdução vocês já podem ter uma pequena idéia sobre o assunto e quem
sabe se sintam motivados(as) a ler os livros abaixo. Caso você seja epistemólogo da ciência, adoraria que nos ajudasse postando nos comentários pontos pertinentes sobre o assunto que eu não abordar no texto.
Lista de livros que acho de suma importância sobre o assunto:
- O que é Ciência - Chalmers
- O que é Ciência - Chalmers
- A estrutura das revoluções científicas - Kuhn
- A lógica da pesquisa científica - Popper
- Mathematics, Science and Epistemology: Philosophical Papers Volume 2 - Lakatos
- Contra o método - Feyerabend.
- Explaining Science; A cognitive Approach - Ronald Giere
------
1 – Existe sim na ciência
conhecimento que foi adquirido sem seguir o método científico a risca, mas que
com o tempo esse conhecimento foi aos poucos passando por constantes análises,
confirmações e interpretações. O Método Científico também está longe de ser
infalível e para tratar esse assunto recomendo a leitura de Contra o Método – PaulFeyerabend (mas não leia esse livro sem antes ter lido os livros da lista que
deixei no final desse texto).
2 – Existe
na Mecânica Quântica algumas quebras de causalidade, por isso o método
científico não deve ser tido como absoluto nem infalível, embora ele seja uma maneira
de sermos menos parciais na busca por conhecimento.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Posted by
Thiago V. M. Guimarães
Matéria e Energia - Diferenças que você precisa saber!
Você leigo,
que adora ler texto sobre física na internet, sempre se depara com a relação entre
matéria e energia, e recebe definições diferentes sobre como elas se
relacionam. Por esse motivo resolvi escrever esse texto, que será enorme e por
isso vou dividir em 3 posts abordando 2 tópicos em cada texto. A idéia é tentar
dar uma definição mais precisa sobre a relação entre matéria e energia para que
você pare de receber conceitos errados e possa ter um conceito mais formal para
carregá-lo para a vida.
Os tópicos
que irei abordar são:
1 – Matéria e Energia realmente são a mesma coisa?
2 –
Aniquilação de partículas não é matéria se transformando em energia.
Mãos a obra:
1 – Matéria e Energia realmente são a
mesma coisa?
Uma causa dos
grandes problemas com a definição da relação entre matéria e energia é que com o
tempo de estudo na física você vai aprendendo a separá-las em sua cabeça e elas
se tornam (e são) coisas realmente diferentes, tanto experimentalmente quanto
matematicamente. Por esse motivo não perdemos muito nosso tempo tentando
explicar as diferenças e similaridades em livros e textos, aí causamos isso, um
monte de gente que não sabe distinguir as duas coisas, já que os textos de
divulgação fazem questão de usar definições ambíguas e que mudam de texto para
texto.
O mais comum
de se ler por aí é que matéria e energia são a mesma coisa e isso não é verdade
– É José, o documentário mentiu pra você. Matéria e energia nem sequer estão na
mesma categoria, mas vamos
definir as coisas com mais calma.
Primeiramente
definiremos o que é matéria e fazer isso é bem complicado. Vamos começar com
uma definição simples que você não terá problemas em compreender:
- A forma
mais automática de se pensar em matéria é ela como sendo as coisas a nossa
volta, como cadeiras, mesas, a água, o ar, a terra. Podemos estender essa
definição para os átomos, e por sua vez estender ainda mais para partículas
ainda menores como elétrons, múons, taus, três tipos de neutrinos, seis tipos
de quarks, ou seja, todos os tipos de partículas que não são bósons – que não
são mediadoras de força.
Mas quero deixar bem claro que até mesmo essa definição acima é um tanto contraditória quando consideramos a matéria escura, por exemplo, mas isso é assunto para um tópico mais adiante.
Embora a
energia seja algo bem definido fisicamente e matematicamente, no dicionário ela
possui mais significados que a palavra “matéria”, ou seja, temos um problema lingüístico
para distinguir precisamente o que é a energia, mas vamos tentar.
- O físico R.P. Feynman possuía uma forma interessante de se definir energia, mais ainda sem ser menos abstrata. Ele dizia que energia é uma quantidade que sempre se conserva, não importa o que você faça com um corpo ou um sistema de corpos, sempre conservará essa quantidade. Mesmo em sistemas com dissipação de energia podemos encontrar a quantidade perdida pelo corpo em forma de calor, som, vibração, etc.
- A energia pode ser “confinada” na massa de um objeto, que é o famoso E = mc², e também chamado de "energia de repouso", uma vez que é a energia que um objeto tem quando está parado.
- A energia está associada com o movimento de um objeto, cujo nome técnico é "energia cinética". Este tipo de energia é bastante intuitiva e nos leva a notar que os objetos mais rápidos têm mais energia do que os mais lentos e juntando com a primeira definição, um objeto de maior massa tem mais energia cinética do que um mais leve, se os dois estiverem viajando na mesma velocidade.
- A energia pode ser armazenada nas relações entre os objetos (energia potencial). Ele pode ser armazenado em uma mola esticada, ou na água atrás de uma represa, ou na interação gravitacional da Terra com o Sol, ou na relação entre átomos numa molécula, ou quando simplesmente levantamos uma pedra com nossas mãos. É aquele conceito simples de energia potencial que aprendemos no ensino médio.
As quatro
definições acima estão longe de serem simples de se entender assim de primeira,
então vá discutir com seus amigos e ler mais textos.
Mas vamos
resumir tudo isso de forma BEM simplória dizendo que energia não é por si só
um objeto. Por exemplo, Um átomo contém energia, mas ele não é energia
propriamente. E você precisa saber que partículas se movendo por conta própria
através do espaço podem ter dois tipos de energia: energia relacionada à massa
e energia relacionada ao movimento.
2 –
Aniquilação de partículas não é matéria se transformando em energia.
(Não é a
minha intenção explicar aqui o processo de aniquilação entre partículas e suas
antipartículas, mas sim analisar seus produtos. Talvez no futuro eu possa
escrever ou traduzir algo sobre isso)
Talvez
aqueles que estejam a pouco tempo pesquisando e lendo materiais de divulgação
sobre física não tenham tido contato com o assunto. Então vou explicar com mais
calma.
Quando uma
partícula e sua antipartícula se encontram elas se aniquilam e, segundo muitos
textos e alguns documentários por aí, o resultado dessa colisão é nada mais que
simples e “pura” energia. Mas infelizmente, a afirmação não é verdadeira.
Na maior parte dos textos que falam sobre isso, a “energia pura” é referida aos
fótons provindos da aniquilação entre elétrons e pósitrons. Mas o fóton também
não é energia, ele contém energia! Por exemplo, minha casa possui a cor branca,
mas ela não é a cor branca, ou seja, a cor branca é apenas uma propriedade da
minha casa.
Mas podemos
considerar o aniquilamento entre outras partículas, por exemplo. Quando um múon
se aniquila com o antimúon, existe a mesma probabilidade de resultar em um par
de fótons ou em um par elétron-pósitron. Ou seja, temos matéria se aniquilando
em matéria e não em energia pura. O aniquilamento do par múon/antimuon em dois
fótons ou no par elétron/pósitron representa exatamente o mesmo processo, então
não precisamos fazer distinções que não existem!
Com isso acredito que tenha ficado claro que não
é verdade que matéria e a antimatéria se aniquilam formando energia
propriamente dita, elas se aniquilam formando outras partículas que contém
energia. Ok?!
Espero que
tenham gostado da nossa primeira parte. À medida que eu for encontrando tempo
vou escrevendo mais. Lembrando que estou me baseando nos textos do professor
Matt Stressler, então dê uma checada no blog dele que vocês irão achar bastante
coisa legal.
2- Acho importante fazer aqui um adendo. Note que falamos que fótons são partículas assim como elétrons, mas no início definimos que elétron é matéria propriamente dita e fótons (que é um bóson) não. O que acontece é que a definição de "partícula" é mais abrangente do que a definição de matéria. Em "partículas elementares" temos duas classes que são os Férmions e os Bóson, os férmions são matéria propriamente dita, da maneira que de definimos. Por sua vez, bóson são partículas mediadoras de força e estão fora da nossa definição de matéria.
*E uma dica
final dessa seção: É corriqueiro até mesmo professores passarem uma visão de
que a energia é quase um substância fluída que passa de um corpo para outro,
mas isso não é verdade, energia não é uma substância e nem é trocada de forma
continua entre dois corpos, mas deixemos isso para um próximo texto
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Posted by
Thiago V. M. Guimarães
A prejudicial postura dos documentários científicos.
Esse é meu último post do mês (talvez do ano) sobre esse assunto, mas como uma parte significante desse blog será voltada para leigos, então acho relevante um alerta antes de dar um tempo no assunto.
A divulgação científica cumpre um papel fundamental na sociedade que é o de auxiliar e incentivar a alfabetização científica. Porém nem tudo é tão bonito e útil assim, na verdade a divulgação científica é algo muito perigoso e, algumas vezes, ingrato.
A divulgação científica cumpre um papel fundamental na sociedade que é o de auxiliar e incentivar a alfabetização científica. Porém nem tudo é tão bonito e útil assim, na verdade a divulgação científica é algo muito perigoso e, algumas vezes, ingrato.
Quando alguém se propõe a levar o
conteúdo científico para a massa, se tem um grande desafio; pegar o
conhecimento de forma bruta e lapidá-lo até chegar à uma forma que seja
compreensível para um leigo. O primeiro problema é “como explicar um assunto
complexo sem utilizar termos técnicos e sem matemática?”. Na tentativa de realizar esse trabalho MUITOS erros são cometidos pela simplificação,
muitas generalizações e distorções são feitas para se chegar a “facilidade de
absorção do conteúdo”. Mas apesar desses encalços a divulgação científica tem
cumprido o seu papel? A resposta está longe de ser trivial e única, então
nesse texto vou expor minha opinião relacionada a documentários e revista
destinados a população de modo geral.
A divulgação científica deveria
ter por objetivo chamar a atenção do leigo para o que de fato é a ciência, o
que ela faz e como ela faz. Mas o que temos sendo divulgado à população são
matérias que se prendem em temas quase totalmente ficção científica. Não há um
documentário que aborde de forma concisa as raízes da ciência, a forma de
pensar dos cientistas, como a ciência é feita, os trabalhos sólidos e
principalmente os conceitos básicos da fenomenologia. Não adianta uma pessoa
aprender que supostamente a teoria da relatividade suporta idéias de viagens no
tempo se nem ao menos essa pessoa conhece e compreende razoavelmente os
postulados da teoria da relatividade, ou não conhece os conceitos básicos da
conservação de energia.
Em nossa página é muito comum
recebermos pedidos para tratarmos de “teorias” e aplicações psicodélicas
envolvendo a física, como a fabricação de armas de antigravidade a partir da
manipulação do gráviton (?), ou então nos depararmos com pessoas acreditando
que assuntos como universos paralelos/multiversos são amplamente aceitos no
meio científico.
Outro problema evidente advém das
simplificações nos conceitos físicos que muitas vezes chegam a estar erradas,
como o caso clássico do spin que eu mesmo já vi sendo tratado como a rotação da
partícula. Tudo bem, nesse ponto você
pode me dizer “ah, mas as pessoas irão pesquisar mais sobre o assunto e tomarão
conhecimento que não é bem sim”. Mas essa visão é um tanto romantizada, salvo
raras exceções, poucas pessoas de fato procuram por mais informações após
receberem conteúdos errados ou incompletos. Até mesmo quando se tenta buscar
mais informações você corre grandes riscos de encontrar conteúdo ainda mais
errado ou simplificado do que foi passado por documentários. Pois grande parte
do conteúdo de divulgação científica em português é feito por pessoas bem
intencionadas, mas que não conhecem muito sobre o assunto e acabam por propagar
os erros conceituais que elas absorveram.
Vejo que a divulgação científica
de grandes mídias não tem auxiliado de forma satisfatória a alfabetização
científica e também não anda tendo grande êxito no incentivo da mesma.
O problema do auxilio à
alfabetização científica é mais fácil de resolver do que o incentivo a ela,
bastava que os documentários tirassem o foco de teóricas e conseqüências
mirabolantes apenas para chamar a atenção do público leigo, dando atenção para
conceitos e fenômenos fundamentais da natureza que de fato agreguem algum
conhecimento que possa ser usado para entender fenômenos mais complexos e,
também, que se aborde as aplicações desses conceitos e o impacto social do
mesmo de forma realista.
Infelizmente essas divulgações
têm conseguido passar idéias negativas da ciência, pois facilmente uma pessoa
pode ser levada a acreditar que a ciência não passa de uma coleção de teorias
malucas baseadas em achismos de cientistas igualmente malucos, abrindo
verdadeiras brechas ao pseudocientificismo e a anticiência.
Já o incentivo a alfabetização
científica é um ponto muito crítico, pois ele reside muitas vezes na cultura
e/ou condição social de um povo e só pode ser mudado pelo esforço de um governo
comprometido com o desenvolvimento científico, tecnológico e educacional a
partir de investimento de porte, cabendo aos outros meios o auxilio nessa
difícil empreitada.
Assim, deixo ao leitor leigo
algumas dicas que você deve tomar ao assistir esses documentários e ler as
matérias de revistas e jornais:
1 – Cientistas divulgam seus
trabalhos acadêmicos em periódicos sérios como a NATURE, SCIENCE e etc, não em
livros de divulgação científica, documentários ou jornais.
2 – Muito provavelmente os
conceitos que você verá na divulgação científica foram um pouco distorcidos
para facilitar seu entendimento, portanto procure livros que tratem do assunto
de forma mais técnica e caso tenha dificuldade em compreender procure ajuda de
um amigo que trabalhe na área, use o ask pergunte ao físico, procure algum blog
confiável.
3 – Dê prioridade para livros e Blogs sérios, principalmente desses autores: Richard Feynman, Carl Sagan, Brian Greene. Veja a lista de blogs que sigo na barra no topo da página!
4 – As únicas duas séries que
conheço que até hoje cumpriram um excelente papel foram “Cosmos” e “O Universo
Mecânico”, as outras se mostraram completamente descartáveis frente a essas
duas. O problema é que eles dão muito sono.
5 – SEMPRE cheque as fontes.
Artigo sem fonte é artigo sem credibilidade NENHUMA. (sempre repare no tanto de
citações e fontes que usamos nos hiperlinks e/ou ao final dos textos)
6 – Discuta e pesquise sempre as
informações obtidas em documentários.
-----------------------
Bom, é isso, deixem seus comentários sobre o assunto que tento discutir alguns pontos com vocês.
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Bom, é isso, deixem seus comentários sobre o assunto que tento discutir alguns pontos com vocês.
terça-feira, 23 de julho de 2013
Posted by
Thiago V. M. Guimarães
Ciência Fastfood.
Estou adiando esse texto há anos e entre os pesquisadores esse assunto está batido, mas acredito que leigos e estudantes do início da graduação não
tenham tanta familiaridade com ele. Então a idéia desse texto é trazer o
assunto para perto de vocês, leigos e graduandos.
Bom, tudo começa com “Você sabe o que um pesquisador faz?”
“Ele faz pesquisa! ÓóÓóÓóÓóÓóÓó”… sim, isso mesmo, ele passa o dia dele
estudando um assunto e tentando descobrir coisas novas por meio de matemática,
experimentos, outras pesquisas, etc (no caso da física óbvio), essa é uma resposta
razoável para nosso propósito. Mas e aí, como um cientista conta para todos os
outros sobre os resultados de sua pesquisa? É no boca-a-boca, é no jornal, é no
Discovery Channel, é por livros ? Não, nada disso, um pesquisador divulga seus
resultados por meio de artigos que são publicados em periódicos ("revistas"). E funciona mais ou menos assim:
O cara está lá pesquisando algo, obtém resultados e escreve seu artigo mais ou
menos dessa forma : (clique para aqui para ver um artigo do grupo de pesquisa do qual pertenço). Ao escrever
esse artigo ele é enviado para uma revista (existem muitas com diversas
especializações e diversos fatores de impacto). Então sua
pesquisa tem que passar por uma banca que irá examiná-lo para saber se ele
está correto e se é de interesse da revista publicá-lo, se for de interesse eles
publicam e você ganha... NADA (!), isso mesmo eles não te pagam um centavo, em
alguns casos é você quem tem que pagar. Mas tudo bem, parece algo interessante
você submeter seu trabalho a uma revista em que ele será analisado e aprovado por outros profissionais antes de ser divulgado para a comunidade científica. O problema começa com o fato
de que você tem que pagar para ter acesso a esses artigos, ou seja, você não
ganha NADA por ele ser publicado e as pessoas tem que pagar para essas revistas
para ter acesso ao seu trabalho.
Meio estranho não?!
Mas e aí, a gente gasta nosso suado dinheiro comprando
artigos para poder pesquisar? Sim é exatamente isso que fazemos, mas não fique
com dó de nós, vocês também nos ajudam nessa grande vaquinha! O Brasil, assim
como muitos outros países, assina uma plataforma online chamada Isi Web of
Knowledge que nos dá acesso á cerca de 400 periódico por ano, pela bagatela de
5 milhões ao ano. Sim, essas empresas que não pagam UM centavo para nós, vendem
a divulgação dos artigos por cerca de 20 mil reais ao ano para cada periódico. Não
é muito, é até que pouco na verdade, pois representa apenas 0,5% do nosso investimento em
ciência e tecnologia.
Resumindo é algo assim: Nós não recebemos NADA por publicar nossos trabalhos,
não recebemos nada por citar os artigos dessas revistas, não recebemos nada para ser revisores dessas revistas e ainda temos que pagar para ter acesso ao seu
material que também foi produzido gratuitamente por outros pesquisadores e foi analisado
gratuitamente. Lindo isso!
Mas e aí, porque se submeter a isso? Masoquismo?!
O problema atual da ciência é que quase todo nosso trabalho tem se resumindo a “Fornecimento de material” para esses periódicos. Vou
explicar com calma como isso funciona, espero que você tenha paciência para ler. :)
Você sabe como um cientista é reconhecido como o bonzão na sua área? Pasme…. é
pelo número de publicações nesses periódicos, sim, simplesmente isso “número”, não qualidade.
Publique 10 receitas de bolo em um periódico que você será, do ponto de vista
dos nossos órgãos de fomento, um pesquisador muito mais foda e receberá mais
recursos que outro pesquisador que publicou apenas um trabalho, mas que
revolucionou a sua área de pesquisa. Se Einstein ou qualquer outro emérito cientista
de sua época trabalhasse hoje no Brasil, eles seriam pesquisadores medíocres,
pois eles possuem baixo número de publicações, mas de impacto enorme. Se não me engano Einstein teve
apenas 4.
Com isso nem preciso falar que a Ciência mudou de nome para “fábrica de
artigos”. A única coisa que se quer é publicar, publicar e publicar…
Na minha primeira reunião quando entrei na pós graduação, a segunda coisa que a
coordenadora falou, logo após o “boa tarde”, foi “Vocês precisam publicar!”.
Para ilustrar ainda mais a situação, quando ainda estava na graduação eu ouvi uma conversa épica nos corredores do DFI. Eles tinham publicado um artigo e acabou rolando uma sobra desse artigo, foi nada mais que um problema experimental impar que eles tiveram, eis que um professor surge com a idéia genial: “Remete à revista, diz que é um problema geral e muito importante, dá uma enrolada, vamos tentar publicar isso também…”. Logo depois descobri que isso ocorria em praticamente todos os departamentos, não apenas na física.
A maioria esmagadora dos pesquisadores está nem aí para a qualidade de suas publicações, eles querem apenas um grande número publicações para engordar seu Currículo Lattes. Isso está causando um enorme contingente de publicações sem relevância alguma, pois a preocupação com qualidade acabou ficando em segundo plano.
Para ilustrar ainda mais a situação, quando ainda estava na graduação eu ouvi uma conversa épica nos corredores do DFI. Eles tinham publicado um artigo e acabou rolando uma sobra desse artigo, foi nada mais que um problema experimental impar que eles tiveram, eis que um professor surge com a idéia genial: “Remete à revista, diz que é um problema geral e muito importante, dá uma enrolada, vamos tentar publicar isso também…”. Logo depois descobri que isso ocorria em praticamente todos os departamentos, não apenas na física.
A maioria esmagadora dos pesquisadores está nem aí para a qualidade de suas publicações, eles querem apenas um grande número publicações para engordar seu Currículo Lattes. Isso está causando um enorme contingente de publicações sem relevância alguma, pois a preocupação com qualidade acabou ficando em segundo plano.
Mas a ciência fastfood não é um problema só
do Brasil, mas sim mundial. Tanto que por volta de 2011 começou a surgir na Alemanha um movimento chamado Slow Scence, que já
vinha sendo discutido há muito a tempo. A proposta é simples: desacelerar, a
ciência deve ser feita de forma lenta para que possamos pensar, rever os
estudos, analisar de forma consistente nossos próprios dados, conhecer melhor
os artigos nos quais nos apoiamos, a qualidade precisa sobrepujar a quantidade!
O grupo de neurocientistas que encabeçou o movimento criou um manifesto (que
você pode ler aqui) convocando os cientistas para o Slow Science. Mas
infelizmente ninguém está pensando em desacelerar até o momento, e o movimento está bem apático.
Bom, deixe eu encerrar por aqui que eu também preciso por
mais carvão nessa máquina de artigos!
Adendo aos anticiência:
Não tente usar esse texto ou mesmo o assunto pra desacreditar a ciência, pois
mesmo que tenhamos trabalhos ruins por aí, erros sendo divulgados, etc no conjunto
total a coisa é diferente, estamos constantemente corrigindo esses erros e construindo
conhecimento solido à muitas mãos.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Posted by
Thiago V. M. Guimarães
A Divulgação Científica no Facebook; Praga ou Salvação?
O facebook é um excelente lugar para se divulgar ciência,
uma vez que o alcance das páginas é bem grande e a facilidade de disseminação
de conteúdo é enorme. A política do faça você mesmo que existe nas redes
sociais garante ainda uma enorme liberdade e originalidade de conteúdos. Por
esse motivo criamos a nossa página no facebook e na época existiam poucas
páginas que tratavam de ciência em língua portuguesa, mas pouco tempo depois
que surgimos a página do Universo Racionalista também surgiu e cresceu bem
rápido, após isso surgiram várias outras, talvez influenciadas pelo alcance da
UR.
O crescente número de páginas tem sido acompanhado também de
uma enorme queda da qualidade do conteúdo postado. É muito comum encontrar textos
incorretos ou que nem sequer fazem sentido, além de fontes sem credibilidade,
assuntos pseudocientíficos sendo tratados como ciência, etc. Isso tem
acontecido porque na maioria dos casos falta preparo das equipes das páginas, o
mais comum hoje é ver pessoas na faixa dos 12 aos 20 anos, que obviamente não
tem formação acadêmica, realizando esse tipo de trabalho, então é claro que
algumas coisas tenderiam a dar errado.
Já comentei anteriormente que é excelente essa moda de gostar
de ciência, porém ela tem alguns traços negativos que chamam atenção.
Primeiramente vemos que o que movimenta páginas de “ciência” não é ciência e
sim fotos e piadas, tanto no Physics ACT quanto na UR os post com artigos e
textos científicos recebem uma parcela insignificante de compartilhamentos e
curtidas quando comparados aos outros posts. Segundo que textos maiores que
dois twitts são considerados quimeras assustadoras pelos leitores. Com isso
muitas páginas de “ciência” tem se focado em posts com frases, fotos da via
láctea e do universo e textos no sabor de Not-even-wrong.
Dessa forma, tais páginas se tornaram uma faca de dois
gumes, se desperta o interesse do leigo e leva, de certa forma, informação até
ele, porém a qualidade dessa informação muitas vezes é nula ou até negativa,
causando um impacto avesso ao necessário.
Mas a culpa é de quem na verdade? Do meu ponto de vista, é de todos um pouco,
não temos preparação de adolescentes por parte das escolas no estudo de
ciências, não temos apoio do governo, quem é capacitado para tal finalidade
quase sempre está muito ocupado ou não quer fazer, aí sobra para quem não sabe
fazer o serviço.
Ainda existe um outro problema; a arrogância. Muitas páginas simplesmente não aceitam ser
corrigidas quando fazem cagada. Nós que trabalhamos com divulgação de ciência
estamos sempre sujeitos a cometer erros, juntando com a inexperiência dessas
pessoas o erro é fato confirmado, mas errar é normal, depois corrige e se
retrata com os curtidores. Porém ao invés disso alguns preferem começar
verdadeiras bravatas de discussão para defender o erro e mantém a informação
errada lá, fazendo um verdadeiro desserviço a divulgação científica e muitas vezes
corroborando para a disseminação de pseudociência e anticiência.
Como melhorar isso? Essa pergunta é difícil, não vou falar aquele mantra sobre investimento do governo e etc. Mas o que se pode fazer inicialmente é ter humildade, se você está no ensino médio com certeza você não sabe quase nada de ciência, então vá estudar, estude muito para que você ao menos entenda um pouco do que você está divulgando. Segundo, não fale sobre o que você não sabe, isso foi uma coisa que aprendi com a experiência, quando somos leigos apaixonados por ciência nós quase sempre queremos escrever textos sobre determinado assunto, porém a falta de conhecimento da área nos leva a cometer inúmeros erros de generalizações. Hoje em dia quando leio textos de física que escrevi no Ensino Médio vejo o tanto de erros que cometi, então se quer escrever, escreva, mas peça ajuda para alguém que entenda academicamente sobre o assunto, sempre que eu preciso eu procuro meus amigos especialistas em determinados assuntos para me ajudarem, isso é de fato algo primordial. Terceiro, escolha bem seus moderadores. Infelizmente não importa o quão legal seja uma pessoa, você precisa de moderadores que saibam o que estão fazendo, ou ao menos que estejam dispostos a se esforçar para aprender. Quarto, tome muito, MAS MUITO cuidado com suas fontes, elas são os sustentáculos do conteúdo, então busque sempre sites de universidades, revistas especializadas e etc. Quando for citar blogs conheça o autor, saiba quem é ele, busque por mais informações sobre o assunto, outros pesquisadores da área, enfim, entenda a relevância e a veracidade do conteúdo postado.
Uma dica à você estudante de ciência ou pesquisador que
adora sair por aí difamando páginas e arrumando briga: Se você não está
disposto a fazer divulgação não faça, mas não atrapalhe a tentativa de quem
está se esforçando, se você viu algo errado no texto, gaste o tempo que você ia
perder sendo arrogante para corrigir educadamente a página, assim você estará
contribuindo para quem de fato está fazendo algo.
E para você senhor da ciência que está juntando mofo na sua sala no
departamento de física, deixe de tomar uma xícara de café e de fumar um cigarro
e vá escrever um texto explicando algo que você trabalha para os leigos,
dedique 5 minutos do seu dia para ajudar a diminuir o analfabetismo científico
que você vai ter a honra que de viver em um país menos ignorante!
À você curtidor; pare de ser preguiçoso! Depois de ler qualquer coisa em uma página vá procurar se informar melhor, vá pesquisar sobre o assunto em sites de confiança, pergunte ao seu professor, mande e-mail para algum cientista que você conheça, perturbe a gente no ask "Pergunte ao Físico". Enfim, se mexa e seja um curtidor ativo!
Mas não vou ser apenas um acusador, vou dar uma ideia de melhoria, obviamente que ninguém vai se importar.
Se algumas universidades abrissem para a sociedade pequenos cursos de divulgação científica em mídia virtual ensinando aos interessados um pouco da forma que a ciência é trabalhada, como divulgá-la, como pesquisar e utilizar fontes confiáveis, etc. Isso já seria muito significante e tocaria nos principais pontos de carências das páginas e blogs de hoje.... Mas quero ver é alguém ter vontade!
sábado, 20 de julho de 2013
Posted by
Thiago V. M. Guimarães
Post Inicial e Algumas Dúvidas
Olá a todos.
Para quem não me conhece meu nome é Thiago M. Guimarães e há mais de 7 anos trabalho informalmente com divulgação cientifica na internet. Formalmente trabalho na área de Teoria de Campos e Partículas.
Hoje decidi dar cabo da vida do blog Physics ACT, fiz isso por vários motivos, o primeiro deles é a falta de organização daquele blog, está tudo muito bagunçado e quase impossível de arrumar devido a enorme quantidade de textos. O segundo é que comecei a escrever naquele blog antes mesmo de começar a graduação, então tem muita coisa lá que deveria ser excluída ou corrigida. Terceiro é que para mim já deu o que tinha que dar, não gosto mais do formato dele nem de boa parte de seu conteúdo, então tomei a decisão de deletá-lo.
O que vai mudar?
O blog Physics ACT vai ser excluído e o seu conteúdo será dividido entre dois blogs. A parte do conteúdo voltada mais para opiniões pessoais, textos reflexivos sobre ciência e educação, bem como textos de divulgação científica virão para cá, já textos mais técnicos irão para o Relative Thinking.
Não irei mais postar solucionários nem irei escrever mais textos para Ensino Médio (é estressante! - mas não siga meu exemplo), isso se dá em partes também pela minha falta de tempo.
A página de Facebook Physics ACT continuará ativa normalmente e quando aparecer algum tempo eu volto a postar nela.
Por que dois Blogs?
Simples questão de organização. Como gosto de escrever tanto textos acadêmicos quanto de divulgação científica achei que ficaria melhor criar um ambiente mais descontraído e o outro mais formal.
Quem vai escrever?
Inicialmente apenas eu, mas espero angariar amigos e convencer a minha noiva.
Qual será o foco desse blog?
O foco desse blog será voltado para discussões pessoais acerca da relação entre ciência, tecnologia e sociedade, também pretendo abordar alguns assuntos em nível de divulgação científica, além de alguns pontos sobre divulgação científica. Tudo de maneira informal.
É isso pessoal!
Para quem não me conhece meu nome é Thiago M. Guimarães e há mais de 7 anos trabalho informalmente com divulgação cientifica na internet. Formalmente trabalho na área de Teoria de Campos e Partículas.
Hoje decidi dar cabo da vida do blog Physics ACT, fiz isso por vários motivos, o primeiro deles é a falta de organização daquele blog, está tudo muito bagunçado e quase impossível de arrumar devido a enorme quantidade de textos. O segundo é que comecei a escrever naquele blog antes mesmo de começar a graduação, então tem muita coisa lá que deveria ser excluída ou corrigida. Terceiro é que para mim já deu o que tinha que dar, não gosto mais do formato dele nem de boa parte de seu conteúdo, então tomei a decisão de deletá-lo.
O que vai mudar?
O blog Physics ACT vai ser excluído e o seu conteúdo será dividido entre dois blogs. A parte do conteúdo voltada mais para opiniões pessoais, textos reflexivos sobre ciência e educação, bem como textos de divulgação científica virão para cá, já textos mais técnicos irão para o Relative Thinking.
Não irei mais postar solucionários nem irei escrever mais textos para Ensino Médio (é estressante! - mas não siga meu exemplo), isso se dá em partes também pela minha falta de tempo.
A página de Facebook Physics ACT continuará ativa normalmente e quando aparecer algum tempo eu volto a postar nela.
Por que dois Blogs?
Simples questão de organização. Como gosto de escrever tanto textos acadêmicos quanto de divulgação científica achei que ficaria melhor criar um ambiente mais descontraído e o outro mais formal.
Quem vai escrever?
Inicialmente apenas eu, mas espero angariar amigos e convencer a minha noiva.
Qual será o foco desse blog?
O foco desse blog será voltado para discussões pessoais acerca da relação entre ciência, tecnologia e sociedade, também pretendo abordar alguns assuntos em nível de divulgação científica, além de alguns pontos sobre divulgação científica. Tudo de maneira informal.
É isso pessoal!
Posted by
Thiago V. M. Guimarães